É imprescindível, sobretudo em nossa contemporaneidade, refletir a respeito das imbricações entre arte e tecnologia. Diante do fluxo caótico e cada vez maior de transferência e manipulação de dados em rede, os estudos literários também podem encontrar solo fértil para investigação. A Literatura Digital Brasileira está em estado de iminência (CANCLINI, 2012) e é nesse contexto, de um mundo cada vez mais cíbrido (BEIGUELMAN, 2004), em que procuramos compreender como os autores da Literatura Digital Brasileira buscam não a apenas experimentar com os códigos digitais, mas também questionam e tentam agir de forma engajada em relação às problemáticas da nossa contemporaneidade. Em outras palavras, o que está em pauta é a estreita relação entre arte e ativismo (MESQUITA, 2008). Estes termos têm aparecido, frequentemente, de forma aglutinada – artivismo –, de modo que nos interessa, neste projeto de pesquisa, investigar e compreender como esses conceitos têm sido mobilizados pelos autores, estudioso e críticos da Literatura Digital Brasileira, para que possamos, posteriormente, propor sua definição a partir da análise dos objetos literários, de modo que a tarefa de conceitualização se dê a partir das obras e não apenas o contrário (BAL, 2005).
