Sobre

Equipe inicial do Projeto Repositório da Literatura Digital Brasileira e convidados, em encontro com a pesquisadora Carolina Gainza (UDP). Na foto, da esquerda para a direita: Isabella Maria Pegorin, Eduardo Alves Barbizan, Natália Cristina Estevão, Gustavo Primo, Flávio Vilela Komatsu, Laura Pacheco, Carolina Gainza, Rejane Rocha, Julia de Melo, Carolina A. Roberto, Renata Amâncio, Amanda Guethi, Alex Lima, Taciana Gava de Menezes (Local: Auditório da UEIM/CECH/UFSCar/São Carlos. Data: 26/04/2018)

O Observatório da Literatura Digital Brasileira surge a partir do Projeto de Pesquisa Repositório da Literatura Digital Brasileira, com financiamento do Edital Universal do CNPq e vigência iniciada em 2018 e que será encerrada em 2022.

Os objetivos iniciais do Projeto eram os de mapear, descrever e preservar a produção literária digital que, desde há tempos, sofre invariavelmente com a obsolescência dos softwares e, por conseguinte, é passível de total esquecimento por parte das futuras gerações e de total desconhecimento por parte da geração atual.

Mapeamento

A metodologia, cartográfica, preocupou-se em reunir a maior quantidade de material possível, para que outros pesquisadores e outras pesquisas pudessem, a posteriori, construir suas antologias e avaliações críticas.

As etapas de mapeamento foram organizadas da seguinte maneira:

  • 1a etapa: mapeamento de obras pertencentes a antologias e repositórios;
  • 2a etapa: mapeamento de outras obras, dos mesmos autores das obras mapeadas na etapa anterior;
  • 3a etapa: mapeamento de obras e autores a partir de buscas em publicações, redes sociais, catálogos e anais de eventos etc.

Durante o mapeamento, a Literatura Digital Brasileira se nos revelava aos poucos em suas especificidades; as definições e descrições consagradas, construídas ao longo das últimas décadas por autores cuja realidade sócio-técnica difere enormemente da brasileira foram confrontadas com os resultados que começavam a surgir, do mapeamento. Do confronto surgiu a necessidade de estabelecer diálogo com pesquisadores oriundos de países cujas condições sócio-técnicas se assemelham às do Brasil. Esse foi um momento importante do projeto: o momento do estabelecimento da parceria com o projeto Cartografía Crítica de la Literatura Digital Latino-Americana.

Descrição taxonômica

A adesão à taxonomia proposta pelo Cell Project foi um excelente ponto de partida, mas compreendemos cedo que ela deveria sempre ser utilizada como descrição, não como prescrição; ou seja, ela poderia ser empregada como uma maneira de organizar a documentação das obras em seus elementos constitutivos, mas não poderia nos servir como critério de exclusão ou de parâmetro de avaliação das obras mapeadas. É por isso que se podem perceber, no arquivo Atlas, algumas diferenças em relação à taxonomia adotada pelo CELL Project.

Preservação

A preservação das obras literárias digitais é tema bastante complexo. No que diz respeito ao contexto de desenvolvimento do projeto de pesquisa, com financiamento modesto e equipe unidisciplinar, a opção foi pela documentação. Se a documentação de uma obra não é a obra, ela é capaz de testemunhar a sua existência, informar sobre o seu funcionamento, tornar conhecidas as suas opções estéticas. Outras possíveis estratégias de preservação da literatura digital, como a adaptação, a emulação e a recriação serão testadas em sua produtividade em projetos futuros.

Memória

O processo de mapeamento, descrição e documentação das, até o momento, cerca de 100 obras literárias digitais brasileiras foi documentado em um site, hoje mantido como memória do projeto. O seu nome, Atlas da Literatura Digital Brasileira, agora dá nome ao arquivo das obras.